Já que ninguém diz nada, lá vai disto:

     O " Spearhead " Michael Franti, coadjuvado pelo " maquinista " Rono Tse, e inspirado por figuras tão ilustres como Jello Biafra ( Dead Kennedys ), Noam Chomsky, Public Enemy e Billy Bragg, entre outros, deu ao mundo, em 1992, sob o nome " The Disposable Heroes of Hiphoprisy ", um verdadeiro hino ao livre arbítrio e à contestação sem mordaças, intitulado " Hypocrisy is the greatest luxury "...

     Utilizando uma linguagem dura e sem concessões, mas com uma humanidade por vezes comovente, num registo que oscila entre o " hip-hop ", o " rap " e a " spoken word ", Franti deu-nos ( e continua a dar-nos, pela actualidade dos assuntos explanados ) uma imagem bastante realista e crua de uma sociedade perdida na ganância pelo poder, no consumismo fácil, nos radicalismos religiosos, na violência gratuita...

     Temas como " Satanic reverses ", " Television, the drug of the nation ", The language of violence ", " Music and politics " e " California über alles " não se escutam com uma " Coca Cola " e um " Big Mac " a acompanhar... São temas a ouvir de mente aberta, deixando que a crueza das palavras bata com força e nos faça pensar nelas... " If ever I would stop thinking about music and politics... "

     Foi publicado pela " Island " e é provável que ainda esteja disponível no fundo de catálogo de algumas discotecas... Procurem na net ou peçam emprestado ao Fernando ( brincadeira !!! ) O meu exemplar, só mesmo alugado ( mais brincadeira, disponham...)

     Ouçam aquilo que vos der prazer...

      Carlos Centeio